O espírito de Rasputin advertiu Golbery
Em 27 de junho de 1981, o médium Luiz Carlos Pirajá, de Teresina (PI), mandou ao general Golbery do Couto e Silva uma carta com informações que dizia ter recebido do poderoso monge Rasputin (1869-1916), braço-direito de Nicolau II, último czar da Rússia. Segundo Rasputin, o general sofria de doença espiritual causada por uma “grande quantidade de energias fluídicas” que o levaria à “desencarnação” antes do término de seu mandato no Gabinete Civil do governo de João Baptista Figueiredo (1979-1985).
Em 27 de junho de 1981, o médium Luiz Carlos Pirajá, de Teresina (PI), mandou ao general Golbery do Couto e Silva uma carta com informações que dizia ter recebido do poderoso monge Rasputin (1869-1916), braço-direito de Nicolau II, último czar da Rússia. Segundo Rasputin, o general sofria de doença espiritual causada por uma “grande quantidade de energias fluídicas” que o levaria à “desencarnação” antes do término de seu mandato no Gabinete Civil do governo de João Baptista Figueiredo (1979-1985).
Meses antes, o capitão Wilson Machado, chefe da seção de operações do DOI do I Exército, e o sargento Guilherme Pereira do Rosário expuseram, por acaso, a conexão do aparelho de segurança do regime com os atentados terroristas que vinham acontecendo desde 1978. Dentro de um carro no estacionamento do Riocentro, no Rio de Janeiro, onde cerca de 10 mil pessoas compareciam a um show, uma bomba explodiu no colo do sargento, matando-o e estripando o capitão, que sobreviveu.
O médium piauiense informou que o caso de Golbery poderia ser resolvido por intervenção espiritual. Golbery mandou a carta para Heitor Ferreira, secretário do presidente, e nela escreveu à mão, referindo-se ao médium: “Chama correndo o Rasputin”. Era brincadeira e Luiz Carlos Pirajá não foi chamado, mas o general, um agnóstico, interessava-se por questões que envolviam paranormalidade. Seu pai fizera experiências mediúnicas e ele acreditava que sua mulher, Esmeralda, tinha a capacidade de perceber coisas que ninguém antecipava.
Num caso, fica a questão: em 1975, quando Golbery estava hospitalizado depois de um descolamento de retina, Esmeralda convenceu-se de que queriam matá-lo. Nessa ocasião, um oficial da segurança do palácio do Planalto propôs exatamente isso ao médico de Golbery: matá-lo durante a cirurgia.