O "Jornal do Brasil" na mira do regime
Durante o governo Geisel (1974-1979), o chefe do Gabinete Militar, general Hugo Abreu, exercia diversas funções normalmente atribuídas ao Gabinete Civil, como a interlocução com os órgãos de imprensa. As dificuldades de entendimento com um deles, o diário carioca Jornal do Brasil, cujas reportagens costumavam desagradar o regime, acabaram gerando um projeto encaminhado ao presidente que previa diversas sanções ao veículo.
Hugo estava exasperado com o que considerava “falta de escrúpulos” do proprietário do jornal, Manoel Francisco do Nascimento Brito. O empresário havia assegurado ao general, em reunião realizada em setembro de 1976, que modificaria a linha editorial do JB, identificada por Abreu como “muitas vezes até subversiva”.
Durante o governo Geisel (1974-1979), o chefe do Gabinete Militar, general Hugo Abreu, exercia diversas funções normalmente atribuídas ao Gabinete Civil, como a interlocução com os órgãos de imprensa. As dificuldades de entendimento com um deles, o diário carioca Jornal do Brasil, cujas reportagens costumavam desagradar o regime, acabaram gerando um projeto encaminhado ao presidente que previa diversas sanções ao veículo.
Hugo estava exasperado com o que considerava “falta de escrúpulos” do proprietário do jornal, Manoel Francisco do Nascimento Brito. O empresário havia assegurado ao general, em reunião realizada em setembro de 1976, que modificaria a linha editorial do JB, identificada por Abreu como “muitas vezes até subversiva”.
A mudança prometida não se deu como o general esperava, levando-o a sugerir, em janeiro de 1977, “medidas repressivas” por parte do governo que deveriam ser aplicadas “progressivamente”. Entre elas, sobressaíam as de caráter financeiro e as ostensivamente intimidatórias, como a “apreensão (...) do jornal depois de impresso, antes da distribuição”.
O ataque começaria pela suspensão do crédito, passando pelo aumento dos cortes na publicidade oficial e pela pressão aos anunciantes privados. Também estavam previstos devassa fiscal e descredenciamento de todos os repórteres do JB para cobertura em eventos de órgãos governamentais, além da possibilidade de colocar a empresa sob intervenção com base na Lei de Segurança Nacional.
Nenhuma dessas medidas chegou a ser tomada pela Presidência, e o ímpeto de Hugo Abreu foi contido, com Geisel afastando-o dessa coordenação.